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Sonho chinês de pousar no lado distante da Lua fica mais próximo


Uma vista de Daedalus, uma cratera que fica no lado da Lua pouco explorado e mais distante da Terra, capturada da órbita lunar pela tripulação da missão Apollo 11 da NASA. Nenhuma espaçonave robótica conseguiu fazer um pouso controlado no outro lado, mas a China pode mudar isso muito em breve.

Novo satélite ajudará na comunicação entre a Terra e as futuras bases lunares

A mais nova etapa da busca da China por se tornar uma potência espacial está em andamento: uma nova missão robótica do país está a caminho de uma órbita no lado distante da Lua. O satélite de retransmissão Queqiao, ou "Ponte da Ave pega" - uma referência ao folclore chinês -, partiu da Terra em um foguete Longa Marcha 4C na segunda-feira, horário local do Centro Espacial de Xichang. A viagem de ida irá demorar pouco mais de uma semana, embora o Queqiao só alcance sua órbita final daqui a dois meses.

A missão funcionará como um elo vital na crescente rede de espaçonaves robóticas da China que rodeiam a Lua e realizam novos experimentos científicos que podem levar a novas descobertas em cosmologia, astrofísica e astrobiologia.

O Queqiao será posicionado a aproximadamente 60.000 quilômetros acima do lado oposto da Lua, em uma órbita que permite a transmissão de sinais entre a Terra e a missão Chang`e 4, um rover que deverá ser lançado em dezembro. Junto com o Queqiao, foram lançados também os microssatélites Longjiang 1 e 2, desenvolvidos pelo Instituto de Tecnologia de Harbin, na China, que entrarão em órbita lunar e poderão investigar as explosões de rádio vindas do Sol.

Do lado lunar longínquo para o amanhecer cósmico

Um dos principais instrumentos científicos a bordo da espaçonave de retransmissão é a antena exploradora de baixas frequências (NCLA, na sigla em inglês) construída por uma equipe de cientistas e engenheiros holandeses.

Montado no chassi do satélite, a NCLE foi o primeiro instrumento científico feito na Holanda a ser enviado para a missão espacial chinesa, e é resultado de um acordo de 2016 entre o Escritório Espacial da Holanda e a Administração Espacial Nacional da China. Quando o satélite chegar à sua órbita final, daqui a alguns meses, ele aguardará a chegada do Chang`e 4 à Lua, no início de 2019. Então, as três antenas de cinco metros de comprimento da NCLE serão desdobradas e o trabalho científico será iniciado.

Construídas para realizar astronomia de ponta, o principal dever das antenas de rádio é medir com precisão as ondas de rádio originadas no período imediatamente posterior ao big bang - a chamada “Idade das Trevas” do Cosmos - quando o universo estava desprovido de estrelas. Através de seus estudos, a NCLE poderia ajudar a identificar quando a idade das trevas terminou em um "amanhecer cósmico", ou seja, as primeiras estrelas começaram a brilhar. “O NCLE é um trampolim para a criação de um grande conjunto de antenas de rádio no espaço”, diz o líder do projeto Albert-Jan Boonstra, astrônomo do Instituto Holandês de Radioastronomia. Esse conjunto poderia ser “um interferômetro de rádio na superfície da Lua, ou uma constelação de diversos pequenos satélites”.

Um jardim na Lua

Tudo isso é um prelúdio para a missão do Rover Chang`e 4 da China, que deverá ser enviado em direção à Lua com ajuda de um foguete 3B em dezembro. Uma possível região de desembarque para Chang`e 4 é a parte sul de Von Kármán, uma cratera de 180 quilômetros de largura dentro da bacia de impacto do Polo Sul-Aitken - a maior de seu tipo na Lua.

A Chang`e 4 irá transpor diversas cargas internacionais da Alemanha, Holanda, Arábia Saudita e Suécia. A sonda também irá realizar a experiência de “minibiosfera lunar”, projetada por 28 instituições educacionais chinesas lideradas pela Universidade de Chongqing. Pesando aproximadamente 3 kg, este experimento tentará germinar sementes de batatas e Arabidopsis, uma planta pequena parente do repolho e da mostarda. Podem ser inclusos adicionalmente um número de ovos de bicho-da-seda. O pacote da biosfera também irá contém água, ar e nutrientes, que permitirão que as sementes e os ovos floresçam rapidamente em sua cápsula protetora na superfície lunar. Uma câmera minúscula e um sistema de transmissão de dados permitirão aos pesquisadores ver quando e se as sementes florescem.

Pequenos passos, grandes objetivos

O programa chinês de exploração cislunar (a área do espaço entre a Terra e a Lua) foi projetado para ser conduzido em três fases: a primeira consistia em alcançar a órbita lunar, uma tarefa completada pela Chang`e 1 em 2007. A segunda foi pousar e passear um jipe pela Lua, como a Chang`e 3 fez em 2013. A terceira é capturar amostras lunares e lançá-las de volta à Terra - um objetivo desafiador que será alcançado por etapas pela Chang`e 4 e duas missões de posteriores, Chang`e 5 e 6. “O lançamento do satélite de transmissão Queqiao na China inaugura uma nova era de infraestrutura lunar que permitirá a exploração completa da Lua, incluindo o lado lunar pouco conhecido”, diz James Head, cientista planetário da Universidade Brown. "Semelhante à maneira como os satélites GPS e de comunicações na Terra fornecem uma infraestrutura para nossas atividades em órbita e na Terra", acrescenta ele, "o satélite de transmissão Queqiao ressalta a firmeza dos planos da China para a exploração lunar, incluindo o próximo rover Chang`e 4, a missão Chang`e 5 de retorno de amostras e a exploração do polo lunar. ”

Paul Spudis, um cientista planetário do Instituto Lunar e Planetário, vê as missões robóticas da China como "parte de um esforço sustentado de longo prazo para estabelecer a presença cislunar chinesa". Ele sugere que o satélite chinês, depois de cumprir suas tarefas designadas, poderá posteriormente ser útil para missões mais especulativas e visionárias.

"Após a conclusão da missão principal do Chang`e 4, eu levaria o satélite de retransmissão para uma órbita de `armazenamento` e o faria parte de uma futura rede de telecomunicações", diz Spudis.

Leonard David

FONTE: SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL

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