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Pesquisadora da Unesp descobre asteroide imigrante no Sistema Solar


IMAGENS DO LARGE BINOCULAR TELESCOPE OBSERVATORY (LBTO) REVELARAM QUE A ÓRBITA DO ASTEROIDE 2015 BZ509 (CIRCULADO) É RETRÓGRADA (FOTO: C. VEILLET / LARGE BINOCULAR TELESCOPE OBSERVATORY)

Poucos meses após astrônomos anunciarem a detecção do primeiro objeto interestelar de passagem pelo Sistema Solar, uma nova pesquisa determina que há outro corpo celeste forasteiro vagando por nossas bandas cósmicas.

Só que, ao contrário do mochilheiro Oumuamua, cuja sina é vagar sem rumo pela galáxia, o asteroide 2015 BZ509 tem residência fixa no Sistema Solar — há nada menos que 4,5 bilhões de anos.

É a conclusão de um artigo publicado nesta segunda (21) no periódico inglês Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Ao notar que a órbita do objeto descoberto em novembro de 2014 apresentava peculiaridades em seu movimento e inclinação, uma dupla de pesquisadores resolveu investigar mais a fundo.

E acabaram descobrindo o primeiro asteroide nascido em outro sistema planetário que virou imigrante no nosso.

O grande mistério em torno do BZ é que ele não se encaixava nos modelos mais aceitos de formação e evolução do Sistema Solar. Faz parte de um grupo com mais de 6 mil asteroides conhecidos que os astrônomos chamam de troianos de Júpiter.

Esses planetesimais orbitam na cola do grandão, a grande maioria girando no sentido anti-horário, o mesmo de todos os planetas. Não à toa: é uma continuação do movimento do disco de gás e poeira que deu origem aos corpos de nosso sistema planetário.

Mas o danado do 2015 BZ509 girava no sentido oposto (retrógrado) e parecia estar em uma órbita altamente estável, em consonância tanto com Júpiter quanto com o Sol. O puxão gravitacional do gigante gasoso impede que o pequeno asteroide seja atraído por nossa estrela, que por sua vez, impede que ele siga rumo ao planeta.

Para entender melhor essa órbita tão peculiar, os pesquisadores decidiram aplicar um modelo estatístico avançado.

Compararam como se comportariam um milhão de clones do objeto em meio ao caos da formação planetária. "Só uma das órbitas dentro dessa barra era verdadeira, nós não sabíamos", conta Helena Morais à GALILEU, especialista portuguesa em dinâmica do Sistema Solar, pesquisadora da Unesp e co-autora do artigo.

"A dinâmica do Sistema Solar é caótica, por isso é preciso fazer o máximo de simulações — leva muito tempo."

A abordagem estatística de Morais e Fathi Namouni, seu colega de pesquisas do Observatório de Côte D'Azur, na França, resultou em algumas conclusões interessantes. Descobriram que, a única maneira de as observações do asteroide se encaixarem nos modelos de formação dos planetas seria se ele estivesse por aqui desde o princípio. Ou seja, desde os primórdios dos Sistema Solar, 4,5 bilhões de anos atrás.


Imagem do berçário estelar NGC 604 (NASA/HST), onde os sistemas estelares estão próximos uns dos outros e se pensa que a troca de asteroides seja possível. O asteroide (514107) 2015 BZ509 emigrou da sua estrela natal e assentou em torno do Sol num ambiente semelhante.
Crédito: NASA/Equipe de Arquivo do Hubble (AURA/STScI)

Quer mais? 2015 BZ509 permaneceria estável, na mesma órbita, por mais 43 bilhões de anos não fosse um pequeno detalhe: nosso Sol morrerá bem antes disso. O forasteiro claramente está muito bem ambientado à nossa casa.

A descoberta de que esse corpo estranho vaga por aqui desde sempre, nesse sentido e inclinações esquisitos, teve amplas implicações. "A conclusão é que ele teria vindo de fora, foi capturado", afirma Morais.

Tudo isso remonta a uma era perdida, antes do nascimento do Sol. A maternidade estelar é tão lotada que as mamães estrelas trocam seus bebês com frequência. "Os berçários de estrelas são tão densos que há trocas de material e mesmo de planetas, mas principalmente de pequenos corpos, como asteoides e cometas."

Como o ambiente era propício, os astrônomos acreditam que haja um número imenso, talvez na casa dos bilhões, de espécimes como o 2015 BZ509.

E estudá-los promete revelar muitos mistérios. "Esses objetos tiveram influência no Sistema Solar", afirma a pesquisadora. Morais acredita que seria muito interessante que investigações futuras analisassem a composição do asteroide. "Poderíamos confirmar a origem do objeto, de que estrela veio... Ou se ele trouxe alguma coisa que não existe aqui."

Ela e Namouni continuarão se debruçando sobre corpos menores com órbitas esquisitas — para, quem sabe, encontrar novos filhos perdidos de outras estrelas.

FONTE: REVISTA GALILEU

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