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Missão de exploração espacial mais longeva, Voyager completa 40 anos


Sonda Voyager

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A mais longeva e audaciosa missão de exploração da era espacial completa neste domingo 40 anos. Em 20 de agosto de 1977, partia de Cabo Canaveral, na Flórida, a primeira das duas sondas gêmeas Voyager. Ambas seguem em operação, muito além dos planetas conhecidos do Sistema Solar, sondando a região que separa o domínio do Sol do espaço interestelar.

Cada uma das duas tem em seu currículo feitos impressionantes. A Voyager 1 tornou-se o objeto mais distante a ser enviado pela humanidade ao espaço e a primeira a deixar a chamada heliosfera, a imensa bolha delineada pela influência magnética do Sol.

Já a Voyager 2 foi a única espaçonave até hoje a visitar quatro planetas: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Os últimos dois, por sinal, até hoje só foram explorados por ela.

Em 1977, contudo, esse sucesso era tudo menos garantido.

"Bem, quando a missão Voyager foi lançada, a era espacial só tinha 20 anos, então realmente não havia base para acreditar que qualquer coisa pudesse durar 40 anos. E foi por isso que construímos duas: para garantir uma alta probabilidade de que pelo menos uma delas chegaria a Saturno em quatro anos", disse à Folha Ed Stone, 81, cientista-chefe da missão desde 1972, quando ela ainda existia apenas nas pranchetas da Nasa.



GRAND TOUR

Atingir Saturno seria o suficiente para a agência espacial americana declarar sucesso para as Voyagers. Contudo, ninguém escondia a razão pela qual elas haviam sido lançadas exatamente em 1977.

Descobriu-se que, naquela ocasião, uma espaçonave poderia se aproveitar de um raro alinhamento planetário para fazer um "Grand Tour" do Sistema Solar exterior, de forma que a estilingada gravitacional dada por cada planeta colocasse a sonda no caminho para o próximo encontro.

Caso perdesse a ocasião, a Nasa só poderia tentar de novo em 175 anos. Então, o jeito foi lançar as naves primeiro e descobrir como recuperar dados dos planetas mais distantes mais para a frente.

"Nosso maior desafio em Urano, e mais ainda em Netuno, é como você tira fotos onde a luz solar é tão fraca e como garantimos que elas não ficarão borradas por causa do movimento da espaçonave", explica Stone. "Tivemos de desenvolver técnicas para compensar isso. E tivemos de melhorar nosso sistema de rádio de solo de forma a poder receber os sinais mais fracos."

De novo, não havia garantias. "Quando lançamos, não tínhamos nenhuma capacidade de recuperar imagens de Netuno. Tudo isso teve de ser desenvolvido depois que voamos por Saturno e Urano."


E, como diz o ditado, a sorte favorece os audazes. Enquanto a Voyager 1 passou por Júpiter e Saturno numa trajetória que permitisse uma boa olhada em Titã, a maior das luas saturninas, a Voyager 2 fez o Grand Tour completo, indo de Júpiter a Netuno em sequência.

Durante os sobrevoos, as descobertas foram diárias. Novas luas foram encontradas em todos os planetas gigantes.

Em Júpiter, tivemos o primeiro vislumbre de sua turbulenta dinâmica atmosfera e a revelação de que Io, uma de suas luas, era um mundo com vulcanismo cem vezes mais intenso que o da Terra. Também surgiram pistas de que Europa, outra lua joviana, tinha um oceano de água líquida sob a crosta de gelo.

Em Saturno, além do estudo dos planeta e seus majestosos anéis, a Voyager explorou Titã, a única lua do Sistema Solar a ter uma atmosfera densa. Encontraram pistas de que ali provavelmente havia nuvens e chuvas de metano. Contudo, não foi possível observar sua superfície, pois uma névoa impenetrável a recobria.

Em Urano, 11 novas luas foram descobertas, e as conhecidas se revelaram mundos com passados geológicos variados.

Em Netuno, a Voyager 2 descobriu a Grande Mancha Escura e ventos de 1.600 km/h na atmosfera, além de gêiseres na maior de suas luas, Tritão.

O último sobrevoo do Grand Tour foi em 1989. Dali em diante, às duas espaçonaves só restava avançar para fora do Sistema Solar.



INTERESTELAR

O último objetivo passou a ser explorar o choque entre o vento solar –a torrente de partículas emanadas pelo Sol– e a radiação proveniente das estrelas vizinhas, no espaço interestelar.

A Voyager 1 cruzou a fronteira em que o Sol deixa de ser a estrela dominante em 2012. A Voyager 2, viajando um pouco mais devagar, ainda não chegou lá.

"Provavelmente em um par de anos", diz Stone, asseverando que trata-se de território largamente desconhecido. "Nós estamos acostumados a ser surpreendidos. Temos previsões, mas nunca nos surpreendemos quando sai diferente do que esperávamos."

Hoje, elas já estão mais de 100 vezes mais distantes do Sol que a Terra (139 vezes para a Voyager 1, e 115 vezes para a Voyager 2). É mais de três vezes o percurso até Plutão.

Ambas seguirão sempre em frente, jamais retornando ao Sistema Solar. Suas baterias de plutônio devem durar mais uns 10 anos. E, depois, passarão os próximos bilhões de anos inertes, vagando entre as estrelas. A bordo de cada uma delas, há um disco de ouro contendo imagens e sons da Terra. Projetado para durar bilhões de anos, ele ainda existirá depois que nosso planeta já tiver sido destruído. Eis aí a magnitude da missão Voyager: uma lembrança perene de uma espécie que ousou desafiar a gravidade e explorar os confins do espaço, partindo da terceira pedra a contar de seu sol.



FONTE: http://www1.folha.uol.com.br

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