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Cientistas desvendam a real origem dos cães em novo estudo



A origem precisa dos nossos companheiros caninos é cercada de controvérsia. Um novo estudo sugere que os cães surgiram de não uma, mas duas populações diferentes de lobos antigos. Além do mais, esta domesticação dupla aconteceu em lados opostos da Eurásia – supercontinente composto pela Europa e Ásia.

Os cães surgiram pela primeira vez há cerca de 15.000 anos, muito antes do advento da agricultura, e representam o mais antigo animal doméstico que conhecemos. Eles emergiram de lobos antigos, mas os cientistas não estão inteiramente certos se este evento de domesticação aconteceu na Europa ou na Ásia. Um novo estudo publicado na revista Science sugere que, na verdade, isso aconteceu nos dois continentes.

Estudos anteriores haviam concluído que os cães provavelmente foram domesticados apenas uma vez, mas o momento e a origem deste evento têm sido muito debatidos. Para complicar a questão, evidências arqueológicas conflitantes mostram que os cães primeiros residiam em ambos os lados da Eurásia há muitos milhares de anos. O novo estudo mostra que os cães provavelmente foram domesticados em pelo menos duas ocasiões diferentes, e em duas partes diferentes do mundo.


Uma pintura rupestre de canino semelhante a lobo em Font-de-Gaume, França. (Henri Breuil)

O passado dos cães
Ao comparar dados genéticos com evidências arqueológicas, uma equipe internacional de pesquisadores liderada pela Universidade de Oxford mostrou que os cães surgiram de forma independente a partir de duas populações distintas de lobo (ou mais precisamente, lobos ancestrais já extintos que são ancestrais comuns dos lobos modernos e dos cães).

Isso significa que duas populações diferentes de seres humanos paleolíticos, vivendo no oeste e leste da Eurásia, chegaram independentemente à mesma conclusão: estes animais espertos de quatro patas poderiam ser criados para viver e trabalhar entre os humanos.

A peça fundamental do quebra-cabeça foi descoberta há vários anos, no Túmulo de Passagem do Neolítico de Newgrang, Irlanda. Neste local, foi extraído o DNA de um cão de tamanho médio que viveu lá há 4.800 anos.

“O osso do cão de Newgrange tinha o DNA antigo mais bem-preservado que nós já encontramos, dando-nos um raro genoma pré-histórico de alta qualidade”, diz o autor Dan Bradley, da Trinity College Dublin, em um comunicado. “Não é apenas um cartão postal do passado, e sim uma entrega especial com o pacote completo.”

A equipe de Bradley, com o apoio de pesquisadores do Museu Nacional de História Nacional em Paris, também recolheu e analisou o DNA mitocondrial dos restos de 59 cães antigos que viveram entre 3.000 a 14.000 anos atrás. As assinaturas genéticas, incluindo aquelas do cão de Newgrange, foram então comparadas com os genomas de mais de 2.500 cães modernos previamente estudados.

“Reconstruir o passado a partir do DNA moderno é um pouco como olhar para os livros de história: nunca se sabe se as peças cruciais foram apagadas”, disse o autor Laurent Frantz em comunicado. “O DNA antigo, por outro lado, é como uma máquina do tempo, e nos permite observar o passado diretamente.”


Mapa mostrando a origem geográfica e idade dos vestígios arqueológicos mais antigos de cães na Eurásia. (Imagem: L. A. F. Frantz et al, 2016)

Duas origens
Estes dados indicam uma divisão genética profunda entre cães das duas regiões geográficas distintas, vários milênios após a primeira aparição conhecida de cães na Europa e na Ásia Oriental.

Parece também que houve um evento dramático na Europa que substituiu os primeiros cães domesticados de lá. Isto implica um afluxo de cães de outros lugares, ou seja, da Ásia Oriental.

De acordo com a pesquisa, esses antepassados ​​dos cães modernos apareceram tanto no leste e oeste da Eurásia há mais de 12.000 anos, mas não antes de 8.000 anos atrás na Ásia Central – isto é, no meio do caminho entre esses extremos.

Eis o que provavelmente aconteceu: uma população inicial dividida entre lobos ancestrais do leste e do oeste da Eurásia foram domesticados de forma independente. Em algum ponto após este evento de dupla domesticação (cerca de 6.400 anos atrás), os cães orientais viajaram para a Europa com seus companheiros humanos durante as migrações, misturando-se com os cães europeus mais antigos e substituindo-os parcialmente.

Hoje, a maioria dos cachorros é um híbrido dos cães orientais e ocidentais. Isto explica porque os cientistas tiveram tanta dificuldade para decifrar o DNA dos cães modernos. Os pesquisadores dizem que algumas raças, como o cão de trenó da Groenlândia e o husky siberiano, parecem possuir ascendência mista de ambas as linhagens do oeste e leste da Eurásia.


O novo modelo de domesticação de cães sob a hipótese de origem dupla. (Imagem: L. A. F. Frantz et al, 2016)

Pesquisas futuras
Esta nova pesquisa responde a diversas perguntas, mas ainda há mais trabalho a ser feito. Não é improvável, por exemplo, que exista uma única história de origem para cães da Eurásia, relacionada aos transportes para a Europa. O problema é uma falta de evidências arqueológicas para sustentar isto.

Olhando para o futuro, os pesquisadores gostariam de combinar dados genéticos antigos e modernos, com uma análise física detalhada e pesquisa arqueológica para desenvolver uma linha do tempo melhor dos eventos, e para estabelecer com precisão as origens geográficas do melhor amigo do homem.

Outra boa ideia seria fazer uma análise comparativa dos cães antigos com o dingo australiano, uma sub-espécie de lobo que é provável descendente dos cães do leste asiático. Caso o dingo não tenha quaisquer vestígios de DNA europeu, isso reforçaria ainda mais a nova teoria de origem dupla.

[Science]

Foto por Alexandra/Pixabay

FONTE: GIZMODO BRASIL

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