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Um novo catálogo da Via Láctea


Imagem da nebulosa do Pelicano obtida pelo projeto que produziu o novo catálogo da Via Láctea.

POR SALVADOR NOGUEIRA
17/09/14 05:52

Já experimentou contar estrelas numa noite sem nuvens? Pois um grupo europeu de astrônomos levou essa ideia às últimas consequências e acaba de concluir o maior catálogo de estrelas já produzido da Via Láctea, a galáxia onde estão localizados o Sol e seus planetas. Sabe quantas eles contaram? 219 milhões.

Tudo bem, não foi numa noite só. A equipe liderada por Janet Drew, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, levou dez anos para produzir esse resultado.

Ainda assim, é um número impressionante. Compare-o às cerca de 6.000 estrelas visíveis no céu a olho nu, sob as melhores condições atmosféricas possíveis. O novo catálogo registra astros em luz visível, com até um milionésimo do brilho dos mais discretos objetos celestes observáveis à vista desarmada.

Para fazer o trabalho, os pesquisadores usaram o Telescópio Isaac Newton, instalado em La Palma, nas Ilhas Canárias (Espanha). Em razão da localização do observatório, o esforço se concentrou no mapeamento da porção da Via Láctea visível no hemisfério Norte.

Como se sabe, a nossa galáxia tem o formato de um disco espiral. Mas, como estamos dentro dela, inseridos no próprio disco, o que vemos é uma faixa nebulosa que cruza o céu de horizonte a horizonte.

LONGA HISTÓRIA
Quando Galileu apontou sua luneta para a Via Láctea, em 1609, constatou que ela não era apenas uma nuvem no espaço, como parecia a princípio, mas continha enorme quantidade de estrelas invisíveis a olho nu. De certa forma, o novo catálogo, chamado de IPHAS DR2, é uma continuação direta do trabalho do velho astrônomo italiano.

E uma senhora continuação. Um total de 500 noites de observação produziu vários resultados importantes, como a descoberta de 159 novas nebulosas planetárias. O nome desses objetos é enganoso. O astrônomo William Herschel as chamou assim, em 1784, por achar que elas se pareciam com o planeta que ele havia acabado de descobrir, Urano. Na verdade, elas são outra coisa bem diferente – o resultado da morte de uma estrela como o nosso Sol.


Uma das nebulosas planetárias recém-descobertas pelo IPHAS: o que sobrou de uma antiga estrela similar ao Sol.

Em 5 bilhões de anos, nosso astro-rei se expandirá como uma estrela gigante vermelha — um sinal claro de que o combustível que o alimenta no núcleo estelar está para terminar. Quando ele se esgotar de vez, a atmosfera inchada do astro será soprada para o espaço, e da estrela só restará o núcleo morto e ultracompactado. A esse objeto remanescente damos o nome de anã branca. É o que o Sol será, no futuro distante — um caroço denso, do tamanho da Terra, brilhando apenas pelo calor produzido num passado ativo, mas se resfriando paulatinamente. Já a atmosfera soprada no último suspiro do Sol moribundo se espalhará pelo espaço interestelar, produzindo mais uma nebulosa planetária, como as que foram encontradas pelo IPHAS.

Trata-se de um processo cósmico importante para nós, pois é dessa maneira que muitos elementos químicos essenciais à vida — como carbono e oxigênio — se espalham pelo espaço e semeam a produção de novas estrelas e planetas na galáxia. É bem possível que muitos dos átomos que estão em você hoje tenham sido parte de uma nebulosa planetária, bilhões de anos atrás.

O catálogo completo já está à disposição da comunidade astronômica e conta com 99 atributos medidos para cada um dos 219 milhões de objetos registrados nele. Um artigo relatando o trabalho foi publicado no periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society” e vem em boa hora. Afinal, entrou recentemente em operação o satélite europeu Gaia, que fará um censo de cerca de 1 bilhão de estrelas na Via Láctea — cinco vezes mais que o IPHAS DR2.

MAPAS E MODELOS
Esses projetos que lidam com grandes massas de dados não só nos ajudarão a conhecer melhor a nossa própria galáxia — difícil de estudar justamente por estarmos vendo-a do lado de dentro –, como permitirão colocar à prova os modelos que explicam como ela se formou e evoluiu nos últimos 13,8 bilhões de anos desde o Big Bang.

Não custa lembrar que, mesmo quando terminarmos de contar mais de 1 bilhão de estrelas, ainda teremos catalogado uma fração mínima do total existente na Via Láctea. Estima-se que nossa galáxia tenha entre 100 bilhões e 400 bilhões de estrelas. Se parar para imaginar que cada uma delas é basicamente um sol, e a imensa maioria tem planetas ao seu redor, então você começa a ter uma noção do tamanho da nossa pequenez diante do Universo.

E ainda assim me encanta o fato de que aqui estamos nós, desenvolvendo por meio da ciência instrumentos cada vez mais sofisticados para compreendê-lo e abarcá-lo. Uma encantadora valsa entre a grandeza física do cosmos e a estatura intelectual do ser humano.

FONTE: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/

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